Pataniscas Satânicas

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terça-feira, 2 de agosto de 2016

As Plantas são Estranhas Parte II

Comer CO2 ou cagar CO2? Plantas carnívoras? Comunicação entre árvores?

Vamos falar sobre isso!


(sim, plantas outra vez.
sim, sim eu sei que o outro post não teve muitas visualizações
Não, eu- ... apetece-me escrever sobre plantas vou escrever sobre plantas!
Chiu! Está a começar...)

Nós aqui acabamos muitas vezes a falar sobre plantas. Ou eu acabo muitas vezes a falar sobre plantas.

Porque animais eu percebo! Animais são fáceis de compreender, eu sou um animal. Eu percebo perfeitamente porque é que um gato se espreguiça, ou porque é que um lagarto abre a boca quando está calor.

Mas as plantas? As plantas são uma forma de vida tão diferente da que nós somos. É quase impossível reconhecermo-nos nelas. Eu sinto sempre que SEI coisas sobre plantas, mas nunca PERCEBO o que é que são as plantas.

Claro que a diferença fundamental, mesmo mesmo fundamental, entre plantas e animais é a maneira como obtém energia.

É uma diferença tão, tão fundamental que é daquelas que aconteceu 400 milhões de anos ANTES da primeira divisão da vida, quando as primeiras células primitivas se dividiram em bactérias e archae,


Muito basicamente, ou se obtém energia transformando CO2 em moléculas complexas, ou transformando moléculas complexas em CO2.

Os Heterotrofos obtém moléculas complexas do seu ambiente, desmontam-nas aproveitando a sua energia e deitam fora os restos sob a forma de CO2.
Os Autotrofos pegam no CO2 e na energia ambiental, e usam-no para construir moléculas complexas.

Os animais comem outros animais que comem plantas, e alimentam-se delas e da energia presa nas suas moléculas complexas, e depois expiram CO2

As plantas captam o CO2 atmosférico e aproveitam a energia da luz solar para construírem os seus açúcares complexos e fibras e outras moléculas complexas.

E como eu disse, esta diferença da heterotrofia ou da autotrofia decidiu-se 400 milhões de anos antes da divisão entre os Archaea e as Bactérias. 3,1-3,2 biliões de anos antes de haverem plantas ou animais propriameinte ditos.

É assim tão diferentes que as plantas são dos animais.

Nem o aspecto das nossas células é semelhante, como é que o produto final podia ter parecenças?


São essas diferenças fundamentais que permitem que as plantas façam coisas como crescer desmesuradamente.

Hyperion, com 115 metros de altura
Não, não...

Desmesuradamente.

Pando, um único indivíduo ligado por raízes com 6.600 toneladas
Pando é uma floresta no Utah que é composta por cerca de 40.000 troncos de árvore individuais, mas que são todos geneticamente idênticos, e todos ligados por um complexo sistema de raízes interconectadas, tornando-as efectivamente um único organismo. Uma colónia clonal com 80.000 anos.

Mas definitivamente uma das adaptações mais bizarras na evolução das plantas, são as plantas carnívoras.


As mais impressionantes são definitivamente as Dioneias.

Estas.


Estas plantas, e outras como elas, são exemplos fabulosos de plantas que evoluíram para se tornarem em heterotrofas.

No caso das Dioneias, quando um insecto toca nos cílios sensíveis dentro da "boca", a planta fecha-se rapidamente e prende o insecto, digerindo-o posteriormente e lentamente.

Mas quando foi a última vez que viram uma planta a mover-se rapidamente?

E em reacção a um estímulo externo?

Isso é coisa de animal. Isso é o tipo de coisa que exige tecido neurológico! Neurónios ligados a neurónios para transmitir informação!


O que acontece é que quando os cílios sensíveis são tocados, isso provoca uma alteração do potencial de acção da membrana celular (que é uma maneira complicada de dizer que a electricidade da célula muda), que se propaga até à base das folhas, onde esse potencial de acção faz com que as células absorvam água, inchando e provocando o movimento rápido.

Isto é uma simplificação enorme. Leiam mais aqui.

Mas a verdade é que é um mecanismo surpreendentemente semelhante à transmissão de informação através de neurónios.
Também envolve a transmissão de electricidade ao longo de células, que resulta na libertação de substâncias que provocam efeitos nas células.



Mas isso é só quase tão estranho como a ideia de que as plantas comunicam.

Uma meta-análise de 47 estudos comprovou a hipótese de que as plantas quando estão a ser comidas por um predador, libertam substâncias químicas para o ar que são captadas por outras plantas que começam a produzir toxinas nas suas folhas que vão impedir que o predador as queira comer.

As plantas do tabaco são capazes de detectar uma espécie específica de minhoca que habitualmente a come pela sua saliva, e depois liberta para o ar substâncias químicas que atraem os predadores da minhoca.


Podemos argumentar que isto não é representativo de inteligência, porque obviamente as plantas não têm o tipo de células que são necessárias para ter inteligência.

Mas a comunicação é um dos aspectos mais abstractos que usamos para definir a consciência, e as plantas fazem-no.

Obviamente que isto não significa que as plantas têm consciência.

Mas se há alguma coisa que eu aprendi com tudo o que tenho lido acerca de consciência é que nós não sabemos o que É a consciência.

Ah, e não se esqueçam...

As plantas ejaculam para o ar!!



2 comentários:

  1. As plantas ejaculam para o ar, é absolutamente verdade, e tem alguma coisa que ver com a historia das abelhinhas e dos passarinhos, que se conta as criancas!

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    1. Um passeio num bosque ou num parque na primavera é literalmente andar pelo meio da maior orgia que se possa imaginar.

      É pouco menos do que nadar nos trópicos quando os corais estão todos a ejacular para a água.

      https://youtu.be/wsaZ8-I7akg

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