Pataniscas Satânicas

Pataniscas Satânicas

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Advogado do Papão

O que é que o Papão alguma vez fez por nós?

Vamos descobrir.


Já falámos várias vezes acerca do Papão neste blog. É um dos nossos temas preferidos.
Não é difícil perceber que não somos fãs do Papão.

É razoável afirmar que o Papão anda a chatear-nos a todos há muito tempo.

Mesmo hoje, quando temos tanta internet com tanta pornografia e outras coisas divertidas para fazer, anda por aí o papão a dizer "Nãooo... não se toquem tanto".

Quando penso que posso descansar um bocadinho, relaxar e escrever coisas parvas no blog, lá vem o papão espreitar por cima do meu ombro para ver se eu estou a trabalhar o suficiente.

Ele vem e diz-me "Olha, agora tens de passar mais 3 meses a contar feijões".

"Mas passar 3 meses a contar feijões é uma grande perda de tempo e não beneficia ninguém!" replico eu, de forma razoável.

"Bem, o objectivo não é realmente esse, pois não?" diz o Papão, ao mesmo tempo que cria complexos de culpa e crenças de obrigação e dever em crianças da primária.

E eu passo 3 meses a contar feijões, porque não se ganha contra o Papão.


Não deixa de ser curiosa esta fixação por contar feijões porque essas são exactamente as duas coisas mais importantes que o Papão nos deu.

Primeiro o Papão convenceu uma data de homens das cavernas caçadores recolectores a pararem quietos num lugar durante tempo suficiente para plantarem coisas e fazerem crescer feijões.

O medo da fome e o desejo de segurança levaram os nossos antepassados a abandonar o nomadismo e a caça para se focarem no trabalho árduo, repetitivo e aborrecido da agricultura.


A segunda coisa, imediatamente decorrente da primeira, foi a invenção da escrita.
Já que tínhamos feito crescer tantos feijões, agora não os íamos perder! E para não os perder tínhamos de saber quantos tínhamos, e para isso tínhamos de inventar números e escrevê-los numa pedra.

Foi o início da escrita.

Inscrições Sumérias, 2600 AC
E pronto, as duas coisas mais importantes para a civilização humana como a conhecemos.
A agricultura e a escrita.

Só para relembrar, fomos humanos durante cerca de 190 000 anos até que estas duas coisas se desenvolvessem.

Quando a agricultura e a escrita foram dominadas, as civilizações começaram a crescer por todo o lado como cogumelos.


Não vamos discutir agora se foi uma boa ideia ou não, mas podemos definitivamente concordar que é infinitamente mais confortável.

Mas houve outra coisa extremamente importante que o Papão deu às pessoas que decidiram obedecer ao Papão: protecção de todas as outras pessoas que decidiram não obedecer ao Papão.

Pensavam que toda a gente decidiu obedecer ao Papão? Se nem hoje gostamos de obedecer ao Papão, na altura isso era uma ideia ainda mais complicada de aceitar.

Portanto todas as pessoas que acharam que ficar paradas e fazer crescer feijões e depois contá-los não era para elas, continuaram simplesmente a ser nómadas.

E do que é que tribos nómadas habituadas a caçar gostam mais?

Ora, de pessoas que se juntam quietinhas num lugar a acumular recursos.


Foram os Povos do Mar para os Egípcios,

Os Arameus, os Suteus e os Caldeus para a Babilónia.

Uma lista infindável de tribos germânicas deitaram abaixo o Império Romano.

E quem é que se pode esquecer dos Mongóis e dos seus tsunamis de destruição e pilhagem.

Mongóis a matarem Polacos aos montes, 1241
Não é que as tribos nómadas tenham alguma coisa de pessoal contra a civilização, é só que as civilizações são presas tão fáceis.

É uma relação normal de predador e presa.
Os bisontes ficam quietinhos num lugar a comer e a engordar, e depois vêm os leões e comem-nos.

Só que os nossos antepassados tinham o Papão do lado deles.

É óbvio quem é que ganhou esse conflito.

Ciganos a serem expulsos de um acampamento, em França
Os nómadas continuam por aí.

Continuam a tentar predar as civilizações, e a conseguir fazê-lo com relativo sucesso. Mas nada como antes.
O Papão tornou-se demasiado poderoso, demasiado organizado. Trata-os como parasitas e ressente-se do seu nomadismo e da sua rejeição das regras.

São muito menos, apenas 30-40 milhões, e são na maior parte das vezes relegados para as franjas da sociedade. Têm dificuldade em integrar-se.

Nós somos descendentes dos que decidiram obedecer ao Papão. Eles ainda não se convenceram que a isso seja uma boa ideia.

Há vantagens e desvantagens de obedecer ao Papão.

Por um lado temos a segurança e conforto da civilização, por outro lado eu tenho de passar 3 meses a contar feijões.

5 comentários:

  1. O papão é o pai da civilização! talvez não o criador do universo, mas para todos os efeitos, para as pessoas no mundo antigo, não fazia diferença nenhuma se fosse.
    Os macacos convenceram-se uns aos outros a empilhar pedras para agradar ao papão na cabeça deles. Isso criou condições para juntar populações à volta de terrenos férteis, a produzir um número de feijões que valesse a pena contar. Não foram os aliens que construiram as piramides. Foi um conjunto de memes na cabeça de macacos espertalhões!

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    1. Realmente falta aqui um artigo a ligar memes, calhaus e o Papão.

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  2. A mulher do Romão Antunes diz que é um tédio enorme contar feijões. No entanto, lá está, se os corruptos contarem os feijoes por nós...

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    1. E tem toda a razão a Sra. Mulher do Romão Antunes! Mas aparenta haver um prazer sádico no Papão ao obrigar-nos a contar os feijões dele. Feijões esses que o Papão nem chega a partilhar.

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  3. Bacana, talvez se interesse sobre o meu post pra criar site de vendas grátis na minha plataforma, a eSites :-)
    Tb temos vários sites para advogados em designs pré-prontos. Vlw! ;-)

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