Pataniscas Satânicas

Pataniscas Satânicas

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

The Grand Budapest Hotel

O Wes Anderson é um génio do cinema e um dos realizadores actualmente que melhor utiliza a linguagem visual nos seus filmes.
As simetrias perfeitas, as grandes angulares, as composições invulgares das cenas.





Em todas as coisas a atenção ao detalhe é assombrosa.

No seu filme mais recente, o The Grand Budapest Hotel, não pude deixar de reparar no seguinte.

é um filme sobre frames

Ou seja...

a narrativa está framed/emoldurada 
começa com uma jovem num país de leste a ir visitar o busto de um herói nacional, que numa entrevista conta uma história, uma história de como quando era novo encontrou o dono do famoso Grand Budapest Hotel, o dono do Grand Budapest Hotel conta a história da narrativa propriamente dita, e no fim do filme a narrativa propriamente dita é terminada pelo dono do GBH, comentada pelo escritor jovem, concluída pelo escritor velho no fim da entrevista, e depois a jovem afasta-se do seu busto.

o filme muda constantemente o seu aspect/ratio, ou seja, o frame/moldura da imagem
As mudanças narrativas são pontuadas com mudanças subtis de um formato de 16:9 para um de 6:4

a história é sobre um retrato numa moldura/frame
A narrativa centra-se à volta de um retrato que foi roubado

e sobre uma personagem que está a ser tramada/framed por um crime que não cometeu

...

Portanto isto tudo só para chamar a atenção ao facto de que o Wes Anderson é um dos génios mais sub-apreciados do cinema actualmente.

Sem comentários:

Enviar um comentário