Pataniscas Satânicas

Pataniscas Satânicas

sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal

...antes da enxurrada de posts sobre o Japão, aqui fica o post comemorativo do Natal, ao estilo do Pataniscas:

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domingo, 5 de dezembro de 2010

Sake

Lembram-se do que vos disse no outro dia?

Estivemos este fim de semana em Nikko, que é uma cidadezinha com um grande complexo de templos, situada a 140 quilómetros a norte de Tokyo.
O principal templo é o do túmulo do Tokugawa Ieyasu, que unificou o Japão, iniciou toda uma nova dinastia e fechou as fronteiras do país durante cerca de 250 anos.

Mas o que realmente interessa é que hoje eu e o Ricardo decidimos que íamos comprar uma garrafa de Sake.
Estamos no Japão, em viagem, precisamos de sake. Tão simples quanto isso.

Já tínhamos feito uma experiência anterior, mas que não correu tão bem, porque bebemos alguma coisa que parecia vodka ou anti-congelante.

No entanto hoje fomos a uma lojinha de bebidas local, entrámos um bocado a medo porque aquilo parecia tudo muito caro. O dono da loja, como todos os lojistas, cumprimentou-nos quando entrámos, e fomos à procura de uma garrafinha.
Encontrámos uma pequenina a 390 yens e fomos pagar.

Depois pedimos ao homem que nos mostrasse copinhos de beber sake, e ele mostrou-nos uns pequeninos de porcelana brancos com umas letras azuis no fundo.
Eu perguntei-lhe "ikura deska?", que, disseram-me, significa "quanto custa?".
O homem parece pensar 2 segundos, abre-se num sorriso enorme e diz "present!".

Então eu aponto para um segundo copo, levanto dois dedos e volto a perguntar "ikura?". Ele pensa mais um bocado e repete "present!"

Resultado: eu e o Ricardo, estamos, neste momento, a beber sake em copos oferecidos por um japonês, em Nikko e a planear a viagem para Kyoto amanhã.

Não sei se isto compensa completamente meses de Harrison, mas estamos definitivamente no bom caminho.

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tokyo

...é uma cidade gigantesca.

Maior que qualquer cidade que já tenham visto. Maior do que possam imaginar.

E tem milhões de pessoas. Em comboios, em escritórios, em escolas, em centros comerciais. Pessoas que se acotovelam e apinham, sempre muito delicadamente e silenciosamente.

Milhões de pessoas extremamente sozinhas. Sem falarem umas com as outras nos transportes públicos, nas ruas quase sempre a andar sem companhia.

A massa de pessoas é tão grande que se torna inindividualizável, sem cara, despersonalizada. Não é possível uma pessoa relacionar-se com a massa humana. Então as pessoas retraem-se e ficam no seu espaço pessoal sem dele saírem.

Mas quando falamos com elas, desfazem-se em amabilidade e simpatia. Mostram interesse genuíno, sorrisos sinceros, partilham uma piada se a entenderem.

Tokyo, apesar dos seus enormes arranha-céus, dos néons futuristas, dos templos e jardins perdidos no meio da urbe, é uma cidade carente de afecto.

Demorei a perceber que era isso que caracterizava esta cidade, mas é de facto isso.

All the lonely people, where do they all belong?

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Epilogo - Vemo-nos em Tokyo

Segundo dia depois do Harrison. E consigo ver o dia acabar sem pensar em nada de especial.
A vida costumava ser assim.

Lembro-me do dia em que acabamos medicina 2 na gastro. Saímos do hospital eufóricos metemo-nos no carro e eu conduzi furiosamente até carcavelos para enfiar os dedos dos pés na areia. Acabou. No caminho fizemos um epilogo para cada um de nós. Como se o filme tivesse acabado, e estivesse na altura de dizer ao espectador brevemente o que aconteceu a cada personagem.

He walks into the curve, waves back, and fades, in an Autumn afternoon...

Já me sentia a desaparecer há algum tempo. Nos dias em que estive sozinho na fml a estudar rodeado de crianças a fazer trabalhos, a contornarem-me como se eu já lá não estivesse, a ignorarem os meus olhares reprovadores ao barulho que estavam a fazer. Já não pertencíamos ali. Éramos como emigrantes retornados à terra 40 anos depois, sem contactos pelo meio. Estava tudo ali, mas era como se nada fosse o mesmo. O mesmo que começou a aplicar-se às olimpíadas, meses antes.

Claro que sei que este não é o fim da linha, mas é o fim de alguma coisa. O início do fim de uma infância/adolescência demorada, sem dúvida. Ano a ano, o mundo torna-se cada vez mais real. As nossas personalidades estão cada vez mais cristalizadas. Nós vamos ser assim.
Ontem, no juramento oficializaram a coisa. Parabéns, disseram-nos. Vocês já não são o futuro.
Ninguém pode viver para sempre na Terra do Nunca.

Agora deixo de ser o sidekick ao lado do doutor que põe em causa cada decisão que ele toma, para começar a tomar eu mais decisões. E fazer as minhas asneiras, de certeza.
I'm sure we'll have fun.

Pelo meio ficaram milhares de memórias. Umas mais interessantes, a maioria aborrecida. As minhas, as nossas memórias. Isso é que interessa.
O que interessa é que cantámos o white rabbit e o american pie, nos intervalos da chuva.
E conseguimos ver a letra.

.
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terça-feira, 23 de novembro de 2010

The Walking Dead



Sempre fui fã de zombies.

O primeiro filme de zombies que me lembro de ter visto foi o Night of the Living Dead de 1968, do George Romero.
Tinha 11 anos, e vi-o num especial de Halloween da TV5 que apanhava na parabólica (ainda se lembram quando havia antenas parabólicas?).
O filme meteu-me medo!!!
Mas medo a sério!

Já antes eu tinha visto filmes assustadores, mas eram sempre os sustos de gato-atirado-à-cara...
O filme começa de uma maneira brilhante, com dois irmãos num cemitério a discutirem, enquanto uma figura cambaleante em plano de fundo se vai aproximando cada vez mais deles até que subitamente os ataca.
A ameaça não é uma surpresa. Este à vista o tempo todo, foi sempre ameaçadora ou pelo menos estranha, e inevitavelmente, por muito que nos tenhamos arrepiado e querido fugir, cai-nos em cima.

Para 1968 era uma forma bastante original de criar terror e suspense, e acagaçou-me brutalmente quando eu tinha 11 anos.

Desde então que é o único género de terror que ainda me consegue meter medo num nível primário. Quando tenho pesadelos, são com zombies.

Fiquei viciado em zombies.

Tenho visto todos os filmes de zombies a que apanho mão. Bons, maus, não interessa. Se são zombies eu tenho curiosidade em ver.

Tenho visto coisas excelentes (28 Days Later, Shaun of the Dead) e outras bem mázinhas (Diary of the Dead).

Uma das melhores coisas com zombies que encontrei nos últimos anos foi uma banda desenhada chamada The Walking Dead, escrita pelo Robert Kirkman.




É particularmente boa, porque para além do facto de nos pedir para aceitar que aconteceu um Apocalipse Zombie, tudo o resto é uma progressão lógica de acontecimentos, que segue um grupo de sobreviventes à medida que estes tentam... sobreviver.
As personagens são todas extremamente complexas e vão-se tornando mais profundas à medida que passam experiências traumáticas (raramente até provocadas pelos zombies).

A banda desenhada tem um estilo gráfico muito próprio, a preto e branco, muito sangrento e peçonhento, sem no entanto deixar de parecer uma banda desenhada.



Recentemente, a BD foi adaptada para série de televisão.



A série está muito bem feita, sendo invulgarmente fiel à banda desenhada, e com um casting excelente!




Deixo-vos com um trailer:



E, por incrível que possa parecer, o Night of the Living Dead, de 1968, na íntegra.
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domingo, 21 de novembro de 2010

Prioridades


Só para despachar as coisas importantes, o meta-Deus Héh Rhy-Söhn foi mais uma vez aplacado com o sacrifício de centenas de almas, e provavelmente não come o nosso universo durante mais um ano.

...

Imaginem um jovem. Um rapaz ou uma rapariga de uma determinada idade, entre os 10 e os 18 anos.
Este indivíduo jovem, no início da vida, tem imensas qualidades e características e idiossincrasias, mas para este exercício de pensamento basta-nos saber duas: é razoavelmente inteligente e razoavelmente bom a memorizar coisas.

Agora imaginemos que por qualquer razão este jovem se dedica aos estudos. Uma razão qualquer... seja porque os outros meninos foram cruéis com ele e ele decidiu que preferia ficar a estudar em vez de ir brincar, seja porque a mãe o sobre-protegia e ele ficava mais tempo em casa ou simplesmente porque era míope e por não conseguir ver tão bem à distância não era bom a jogar à bola e por isso preferia ficar em casa a estudar.

"Um bom empreendimento" pensará o leitor "ao menos não se meteu nas drogas!".

Este jovem dedica-se aos estudos, é inteligente, lê coisas, tem interesses mais intelectuais e eruditos que a média. Tem boas notas, tem sucesso na escola, os professores dizem boas coisas dele, os pais ficam todos orgulhosos e encorajam-no, a família fica orgulhosa e com uma ponta de inveja, porque os seus próprios filhos querem é jogar computador e jogar à bola e fumar umas ganzas.

O nosso jovem não, o nosso jovem é trabalhador e dedicado. Durante toda a adolescência vai investindo tempo no estudo, que podia ser usado a socializar, a aprender a relacionar-se com os outros, a explorar as suas emoções, a aprender a empatizar, ou muito simplesmente a masturbar-se (até isso seria mais saudável).

Entra na faculdade, para um qualquer curso de topo, prestigiante e com estatuto. Do tipo de curso onde nas primeiras aulas do ano, os professores dizem coisas como "vocês são a elite do país" e outras parvoíces do género.

Na faculdade o trabalho é mais exigente, é preciso dispender mais tempo e energia, fazer mais cedências das coisas de que se gosta. Talvez o nosso jovem gostasse de ver filmes, ou ler livros, ou tirar fotografias, ou sair à noite, ou masturbar-se.
Mas agora está na faculdade e tem de trabalhar e essas coisas pode fazê-las depois, porque agora o importante é estudar.

Até porque à volta dele há tantos outros como ele que trabalham tanto ou mais que ele, e estudam tanto ou mais que ele e que até (gasp!) têm notas melhores que as dele! Ele agora tem mesmo de estudar.

Há uma coisa engraçada acerca dos interesses... toda a gente pensa que os passatempos e os gostos e o divertimento é uma coisa na qual se cai naturalmente se não nos disciplinarmos a trabalhar.
Mas isso não é verdade. Os gostos e os interesses precisam de dedicação e amor e carinho como qualquer outra coisa. Se não os tiverem... definham, ressecam-se e depois morrem.

Quando o nosso jovem um dia chega a casa e já trabalhou tudo e já estudou tudo, e finalmente hoje tem tempo livre pode então... hum... pode... nada.
Descobre, talvez sem grande surpresa e com uma ponta de tristeza que não tem realmente nada para fazer. Já não têm interesses. Já não tem coisas que o entusiasmem.
Então o que é que vai fazer? Vai estudar um pouco mais! Assim até pode ter melhor nota!!!

E então o nosso jovem acaba o seu curso! Acaba-o com uma grande média, não tem dificuldade nenhuma em encontrar emprego e vai para um lugar de renome e estatuto.
E lá encontra outros como ele, ainda mais competitivos.
O que é que ele faz? Vai dedicar-se ainda mais ao trabalho, até porque não tem nada de mais interessante para fazer.

E este homem (entretanto já cresceu) é completamente vazio. Não tem interesses, não tem paixões, não tem personalidade.
E no entanto por ser excelente no que faz é considerado um exemplo para a sua geração. As mulheres querem-no e os homens querem ser como ele.


Digo-vos... como este exemplo eu conheço dezenas. Pessoas a sério, da minha faculdade. Tipos vazios, desinteressantes, frios, que não sabem o que é que andam cá a fazer. Mortos por dentro.

É triste, a sério que é.

E será que alguma vez tiveram escolha? Será que era tão simples como alguém se ter apercebido que o puto era míope e terem-lhe arranjado uns óculos para ele poder ir jogar à bola?

O que houve definitivamente foi um momento em que se lhes deparou a escolha entre priorizarem o divertimento e priorizarem o trabalho.

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Isto não está morto!!!

O blog não está morto!

O mesmo não se pode dizer dos seus escritores, que por esta altura daqui a duas noites estarão prontos a comer cérebros.
Provavelmente os seus, mas quem é que está a prestar atenção.
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Teoria dos Círculos

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sábado, 6 de novembro de 2010

Jesus Camp

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Teoria dos números negativos

A teoria dos números negativos está a ganhar adeptos em estratos mais generalizados da população. Embora ainda não se aproxime ainda à teoria dos macacos. Ou é a história dos macacos? Sugiro referências vagas e intrigantes, em posts subsequentes, sem nunca se concretizar/finalizar/desvendar a teoria dos macacos. Nem a suposta ligação às Aventuras do Camilo, que muitos defendem ser apócrifa.... mas que este correspondente admite como real.
A única coisa que parece certa, é que outra peça do puzzle pode ser encontrada na métrica do post anterior: Harmaggeddon. Ou posso so estar a espalhar desinformação.... a desviar a atenção de uma verdade antiga e obscura.

Apesar de tudo, a teoria dos números negativos, é surpreendentemente simples.
Surgiu durante uma hora de almoço, em que eu e o Gui estavamos a discutir porque é que os números de 0 a 8deitado+ se designarem como números naturais. Que implicações teria essa convenção? Não demoramos a concluir que havia algo de não natural nos números abaixo de zero. Algo de condenável e profano. Algo de herético.
Não demoramos muito, nós que somos pró-vida, somos membros da aliança Cristã, e recebemos mensalmente a ''Sentinela'', que não é mais que um veículo de propagação de mensagens encriptadas da opus dei, a perceber que só tinhamos encontrado a ponta do iceberg.
Que outras tendências têm sido condenadas pelos conservadores como sendo profanas, aberrantes, e não naturais?
Claro! As tendências homossexuais! Agora já estão a perceber! É só seguir o dinheiro!
Todos os números abaixo de zero são homossexuais. Basta olhar com atenção! Todos mariconços, em filinha pirilau, uns a seguir aos outros... Porque é que vocês pensam que eles têm todos um menos entre eles? O que é que pensam que é aquele menos? Entre eles todos... até ao infinito...
É só um comboio larilas de números sem fim!

Mas isto é só o princípio! Porque quer acreditem, quer não, os números negativos constam nos conteúdos programáticos de matemática de vários anos lectivos! de vários!
E quem é que faz o programa de matemática? O governo! Os homens de negro do ministério da educação. É só seguir o dinheiro! Vocês sabem para que serve a matemática? para nada! nunca ninguém usou a matemática para nada no mundo real. Nunca. Então para que serve?
Porque é que o governo insiste, ano após ano, que os piores resultados académicos em portugal, são na matemática, e que é essencial reforçar os conteúdos programáticos?
Agora deixo-vos com um dilema moral:
Preferiam ter um filho toxicodependente, ou a passar a matemática?

You heard it here first!
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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Harmaggeddon

Domination, for whom the bell tolls.
Fade to black from out of nowhere,
Battalions of fear follow the blind.
A past and future secret, run for the night.
Born in a mourning hall,
And then there was silence.

Inhuman Rampage. Cry for eternity,
Storming the burning fields,
through the fire and flames.
Trail of broken Hearts,
Fury of the storm,
My spirit will go on

Consign to oblivion a dark omen.
The Army of the White Mountain
Look into lost years across the endless sea.
Look at yourself, hold your ground,
lust for life, heading for tomorrow.
Farewell, land of the Free.

Abyss of the void, rising of the damned.
Somewhere out in space, lost in the future.
Beyond the black hole: cosmic chaos.
Gardens of the sinner. Wings of destiny.
Armaggeddon.

Phantoms of death ride the sky
gambling with the devil,
How many tears, on the coldest winter night?
Cadence of her last breath. Angels fall first.
Each dawn i die.
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terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Teoria das Palmas

Ontem, numa altura em que provavelmente deveríamos estar a estudar, uma amiga nossa pôs-nos a seguinte questão (quase exactamente nestes termos): "porque é que quando um homem e uma mulher estão no acto da cópula e em posições propícias, o homem tem tendência a aplicar, por falta de melhor termo, umas "nalgadas" na mulher e, aparentemente, disso retirar grande satisfação?"

Eu e o Ricardo olhámos um para o outro trocando um esgar de pânico, e a seguinte conversa telepática teve lugar:

Ricardo - Oh meu deus! Ela fez-nos uma pergunta socialmente embaraçosa que de outra forma não teríamos problema em responder, dada a simplicidade intrínseca à questão, não fosse o facto de ela ser uma rapariga e nossa amiga e termos medo de como ela vai reagir à verdade!
Eu - Ontem no Minecraft construí uma cascata de lava que cai para o mar!
Ricardo - Para além do mais não temos nenhuma resposta satisfatória que não nos deixe a parecer broncos não só por a resposta ser tão simples, mas porque a sabemos de todo!!!
Eu - No próximo update a obsidiana vai ter propriedades diferentes, pode ser usada para construir portais através do inferno! Não é fixe?
Ricardo - Temos de arranjar uma resposta tangente e parva o suficiente para ela não querer saber mais do assunto! Inventa alguma coisa, rápido!!
Eu -...vai ser tão fixe...


Desenvolveu-se então a Teoria das Palmas, que postula o seguinte.

Tomemos um indivíduo do género masculino, típico, que sai uma noite com um elemento do sexo feminino.
Vão ao cinema, ele oferece-lhe o jantar, e a noite corre-lhe surpreendentemente bem, ao ponto em que se encontra, como tão clinicamente o descreveu a nossa amiga, no acto da cópula.
Pensará provavelmente o seguinte:
"Que bom! Isto supera em muito a expectativas que eu tinha para esta noite! E ainda por cima estou aqui numa posição de que gosto em particular! Sinto-me agradado!"

E qual é uma das reacções mais primitivas e infantis (recordemos que estamos a falar de um indivíduo do sexo masculino típico) para expressar satisfação e contentamento?: bater palminhas!

O nosso indivíduo está tão contente por estar a copular numa posição que lhe agrada, que sente o impulso de bater palmas de felicidade.

Só que para o fazer tem de libertar as mãos dos seus pontos de apoio nas ancas do elemento feminino. No entanto quando o faz quase perde o equilíbrio e cai, porque, convenhamos, os homens não são bons em multi-tasking.

Qual é a melhor solução? Continuar a segurar-se só com uma mão, permitindo que a mão livre produza o efeito de bater palmas não palma-contra-palma mas palma-contra-nádega.


A nossa amiga não achou a nossa teoria uma explicação satisfatória, e ameaçou-nos de violência física caso não parássemos de nos rir como uns idiotas.

Nós, pela nossa parte, ficamos apenas contentes por poder contribuir para o conhecimento humano.
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Rishloo



Ando já há semanas para escrever sobre esta banda, mas o Harrison não tem deixado...

Ora,

Os Rishloo auto-identificam-se como uma banda de Rock Progressivo Experimental Psicadélico.
Se isto vos parecer muito pretensioso, é porque é mesmo.
Mas daí, qualquer banda de Rock Progressivo que se preze é pretensiosa. Aliás, se não fosse pretensioso não seria Rock Progressivo.

São de Seattle, porque diz que em Seattle chove muito e os adolescentes zangados têm pouco mais que fazer do que ficar em casa e fazer bandas de garagem. Também diz que isso já deu resultado.

Têm três discos (Terras Frames, 2004; Eidolon, 2007; Feathergun, 2009) apesar de ainda não estarem ligados a nenhuma discográfica.

De qualquer maneira, têm rigor técnico, composições extremamente complexas, variações melódicas e de ritmo dentro da mesma canção, músicas enormes, o típico do rock progressivo.

Fazem-me lembrar muito Dream Theater, só que em bom.

Não que Dream Theater não seja bom! É! Muito!
Mas nunca teve aquele oomph de que precisava para ser realmente bom. São tecnicamente perfeitos, composições do mais complicado e difícil que há. Mas assim de repente tenho dificuldade em lembrar-me de uma única melodia deles.

Foi nisso que os Rishloo me captaram a atenção. Têm melodias muito boas. São fortes, ficam no ouvido, conseguem ser muito simples e bonitas.

De qualquer modo, a minha especialidade é cinema, e na música vou mais pelo gosto-disto-e-o-resto-não-presta.

Façam vocês mesmos a vossa própria avaliação. Vale a pena ouvir.

Podem encontrar quase tudo aqui.

Deixo-vos esta:

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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

(Tim Burton style)



The broken hearted girl


Wished to find love


Wished to amend her heart.


So she traveled the world in seek of love.


She tried to love the animals and the plants.


When she finally found her match


She discovered that his heart was broken too…

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domingo, 17 de outubro de 2010

Matricular o Robinho na natação

Hoje quando estava na internet, em vez de estar a estudar, encontrei a espressão definitiva para um acto. Não é todos os dias. Esta ficamos todos a dever aos brasileiros:

Matricular o Robinho na Natação - defecar, expulsar excrementos, fazer arte barroca em cerâmica, castigar a porcelana, espremer a pomada.

Etiqueta lá esta, Gui!
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sábado, 16 de outubro de 2010

Fight Club

Um filme que vi vários anos depois de 1999, e que muito me impressionou. Por muitos motivos, sendo dos mais inesperados o facto de conseguir emparelhar elementos que normalmente não se encontram num blockbuster. Violência gratuita. Subversão social. Busca de espiritualidade. Crescimento, maturação e busca de uma identidade adulta. Dissociação de personalidade.
Luta entre classes sociais. Niilismo absoluto. Freud.

O livro é bastante bom. Depois de lido, fiquei com a impressão de que as implicações do enredo ultrapassaram em muito as expectativas dos próprio autor, e o que pode antever enquanto o escrevia. O que o levou a considerar o filme um melhoramento ao livro. E que também redundou em milhares de explicações, interpretações e recusas definitivas de muitos departamentos de cinema de universidades americanas em aceitarem trabalhos\teses sobre o filme. É impossível escrever sobre fight club sem cair numa floresta de àrvores epilépticas. Mas não deixa de ser divertido. O livro, só por ser livro, permite uma análise mais detalhada da filosofia subjacente ao enredo.

''People are always asking me if I know Tyler Durden''.
Estas são as minhas árvores epilépticas.

O enredo é fantástico. Um empregado de esritório, numa empresa de manufactura de automóveis, encarregue de aplicar uma fórmula que friamente calcula se é vantajoso, em termos económicos, a empresa recolher gamas inteiras de veículos que têm defeitos de fabrico que matam os clientes, tem insónias desde que se consegue lembrar. Começa a frequentar grupos de apoio a doentes terminais, sem ter nenhuma doença crónica, numa relação com a ideia de morte que só começou a ficar doentia. E é aí que conhece Marla Singer.
Um dia volta a casa, depois de uma viagem, para encontrar o seu apartamento, e tudo o que possuia, em escombros. Desesperado, telefona a um 'single serving friend', Tyler Durden, que conheceu no avião, e pede-lhe para se mudar para a casa dele. Tyler diz que sim, mas tem um pedido:
''I want you to hit me as hard as you can''
5 minutos depois estão a espancar-se no parque de estacionamento, e formam um clube, o fight club, com outros estranhos que entretanto se lhes juntaram.
1 hora de filme depois, estão a espalhar o caos, e a tentar destruir a civilização, com sabão.

Não parece haver dúvidas que há um certo grau (ou uma montanha) de angústia existencial a fundamentar tudo o que se vem a desenrolar. Pelo menos na sua vertente mais racional. Depois, há muita coisa completamente visceral.
Acaba a escola. Aluga um apartamento bonito, bem localizado e um audi A4 a crédito, arranja um bom emprego de secretária a preencher impressos, e começa a coleccionar mobilia do IKEA.
Será que já és crescido? A dada altura não vais conseguir dormir...
Fight Club e Tyler Durden representam tudo o que foi posto de lado para responder às necessidades de uma sociedade que evoluiu (?). O que ficou de fora das alineas do pacto social. O que aconteceu quando uma necessidade mais primitiva, começou a ser preenchida por catalogos IKEA.
''Man, I see in fight club, the strongest, smartest men who have ever lived. I see all this potential, and I see squandering. God damn it, a entire generation, pumping gas, waiting tables. Slaves with white collars.''
''Advertising has us chasing cars and clothes, working jobs we hate, so we can buy shit we don't need. We are the middle children of history, man. No purpose or place.''

Simboliza também um recolocar de coisas em perspectiva. Gostei particularmente desta ideia.
''A lot of guys came to fight club, because there was something else in their lives, they were too afraid to face. After a few fights, they were afraid a lot less''.
A revolta de uma geração de homens criados por mulheres, sem figura paterna, sem as ferramentas necessárias_talvez não à sobrevivência_ mas ao desenvolvimento, e gratificação enquanto indivíduo. Uma geração que gera o caos sem motivo aparente. Sob a bandeira da destruição da civilização, esta a necessidade da destruição do velho, para a afirmação do novo.

''You're not your job. You're not how much money you have in the bank. You're not the car you drive. You're not the contents of your wallet. You're not your fucking khakis.
You're the all-singing, all-dancing crap of the world.''

Esta mensagem, este contexto, a revolta que leva a mijar na sopa dos hoteis mais finos da cidade, pôr frames de pornografia em filmes infantis, pintar caras sorridentes na fachada de edifícios, ou a começar lutas na rua sem sequer tentar encontrar pretexto. Mas também são conscientes do poder que detêm, de confrontar o estrato social acima, colocar-lhe um elástico à volta dos tomates, e explicar-lhes que os ricos podem ser ricos, mas dependem da arraia miúda.


Mayhem. Mischief. Soap.
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sábado, 9 de outubro de 2010

Kick-Ass



Ora o Kick-Ass...

Admito que tinha imenso medo quando comecei a ver este filme.

Será que iam voltar a pegar numa obra-prima do Mark Millar e esfrangalhá-la, plastificá-la e basicamente popularizá-la?

Porém o filme não desiludiu... demasiado.

Ok, tenho de ser justo, o Kick-Ass é um bom filme.
Subvertendo um pouco toda a ideia dos super-heróis, segue a história de um rapaz que decide ser super-herói e a única coisa que consegue é levar grandes tareias.
Que é o que aconteceria na vida real!
Só que na vida real dos filmes ele depois fica melhor e volta a tentar ser super-herói e leva mais uns tareões mas mesmo assim fica vivo tempo suficiente para se poder desenvolver um enredo.

Há gangsters, ex-polícias que decidiram vingar-se, identidades secretas, namoradas que conhecem a identidade secreta, boas cenas de acção, grandes explosões, etc, etc...

O que não faz disto um mau filme! Eu gosto de um bom filme de super heróis com explosões e boas cenas de acção.

E o Kick-Ass não desilude nesse aspecto. Tem um bom ritmo, as interpretações safam-se, está escrito de maneira inteligente, está cheio de referências à cultura pop, tem um humor muito auto-consciente e não cai em demasiados clichés.

É um filme giro. Suficientemente bom para merecer ser visto e suficientemente diferente para se destacar de outros filmes de super-heróis.

No entanto é uma pena vê-lo conhecendo a BD original...
No filme as acções da personagem principal são mostradas como heroicamente ingénuas, na BD são mostradas como patéticas e estúpidas.
No filme o Big Daddy é um ex-polícia que está a tentar vingar a mulher morta, na BD é um louco viciado em banda-desenhada que rapta e convence a filha de que a mãe morreu.
No filme a Hit Girl é altamente treinada, na BD snifa cocaína.
No filme o Kick-Ass fica com a miúda, na BD a miúda dá-lhe com os pés e depois manda-lhe fotografias dela mesma a fazer felácios ao novo namorado só para o chatear.

Percebem?

A BD é tudo o que o filme é, só que mais... eu não quero dizer real, porque também são exageros da realidade, mas são exageros da realidade no sentido oposto aos do filme.

E por alguma razão, isso parece mais real...



Ps: a banda-sonora é incrivelmente fixe!!!
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Rei dos Cognomes

Creio que não abria o jornal Metro há meses para ler… Mas sim, este jornal traz-me recordações. Seja porque quando o lia mais foi na altura em que passava os dia na sala de alunos a jogar Magic e pôr musica, ou porque me faz recordar o Pedro Azevedo, que assinava sempre o jornal depois de preencher as palavras-cruzadas.

Mas há pouco voltei à minha bela prática, porque o tédio tomou conta de mim e as Tardes da Júlia matam mais o meu ser que o Goucha. Descobri então que já existe sucessão para Kim jong-il na Coreia do Norte. Nem vou discutir toda a parte politica e dos direitos humanos referente a este país, porque seria só uma repetição de tudo o que toda a gente diz (mesmo a que não faz ideia do que fala).

O que achei insultuoso (sim, insultuoso) foi descobrir que o sucessor, filho do actual líder, tem 1200 cognomes só porque sim. Imaginam o que demora a arranjar uma boa alcunha para alguém? O quanto se tem que observar e prestar atenção aos momentos? Foi fácil chegar ao nome Morsa ou Bichaninho Fofo? Quantas pessoas tive eu que activamente maltratar para me chamarem de Elaine?

E agora este palhaço só porque vai ser um líder coreano já tem 1200 cognomes cada um melhor que o outro. É óbvio que muitos deles são para pura compensação, pois ninguém me convence que quem tem como cognome “Eterno seio do amor ardente” não sofre de uma perturbação qualquer sexual. Agora eu também queria ser o “Divino guardião do planeta” e a “Estrela polar do século XXI”.

Quanto custará derrubar um país e tornar-me o seu “amado” líder?

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Minecraft

Ando viciado num jogo novo!!

Chama-se Minecraft. (vão vê-lo... já!)



E este jogo em si é um exemplo bonito de como anda a indústria de jogos actualmente.

Eu ouvi falar deste jogo no Blog/Webcomic Penny Arcade, que há mais de 10 anos faz críticas de jogos/comics acerca de jogos e que entretanto já ganhou uma reputação e um poder que a torna verdadeiramente influente na indústria!

Eu joguei a versão grátis no próprio site do jogo e achei piada ao conceito: um mundo infinito gerado aleatoriamente que é a vossa caixa-de-areia onde podem explorar, recolher recursos e construir tudo o que vos passar pela cabeça.




Eu continuaria a explicar, mas porquê fazê-lo quando a Penny Arcade o fez muito melhor que eu (e com bonecos!): Mine, All Mine part 1, part 2.

Comprei o jogo (!) por cerca de 10€ (!), não só porque o conceito me apelou imenso, mas também por uma sensação de querer começar a contribuir para uma comunidade que me deu tanto ao longo dos anos. Mesmo que a maior parte disso tenha sido sob formas divertidas de matar pessoas.

Portanto agora estou a jogar o jogo ainda na fase Alpha (ainda nem está em Beta) e, de acordo com o gajo que está a desenvolver o jogo, terei acesso grátis a todos os updates e versões do jogo.

A indústria de jogos está a ganhar uma vida própria. Já envolve mais dinheiro e lucros que os filmes e a música juntos e agora com a popularização da compra de jogos pela net, os preços vão baixar e os desenvolvedores independentes vão poder fazer cada vez mais coisas originais.



Entretanto, não foi fácil convencer o Ricardo...

A seguinte conversa tomou lugar:

Eu - É um mundo infinito gerado aleatoriamente onde podes fazer o que quiseres!
Ricardo - Fazer o quê?
Eu - Podes explorar e recolher materiais e fazer blocos e construir coisas!!!
Ricardo - E...?
Eu - ...e é isso.
Ricardo - Só isso?
Eu - Também tens zombies...
Ricardo - Ah! Tens de matar zombies!
Eu - Não tens de os matar... mas podes.. e eles só aparecem à noite..
Ricardo - Então o que é que tens de fazer?
Eu - Não tens de fazer nada! É essa a beleza do jogo podes fazer tudo o que quiseres!
Ricardo - E tu o que é que fizeste?
Eu - ...fiz uma casa.
Ricardo - Para quê?
Eu - ... para fazer uma casa.
Ricardo - Ah...
Eu - A casa é um fim em si mesmo!
Ricardo - Ah... fixe...

O que faz sentido se pensarmos que ele gosta de jogos assim:

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

fluxos misantrópicos (ah, mas que bem...)

Sim, acabei de abrir o word, para poder ir à procura de sinónimos à medida que escrevo...
é esse tipo de post... e o primeiro, by the way...

O dia acabou e sentes que te lixaram. Reformataram-te. Converteram-te. Catequizaram-te. Dizes a ti mesmo que tem que ser. Não queres. Mas tem que ser... e, claro, o espírito é forte, mas a carne é fraca, e a procrastinação está na ordem do dia, e ahahahah, enquanto lês mais uma piada do phd. No entanto, quando acabas, o espírito corre com a carne aos pontapés corredor fora, manda sentar a escara na cadeira da cozinha, e continuas a ler. a resublinhar. a fazer setinhas para a margem já cheia de apontamentos ilegíveis. a recitar de olhos fechados o que já leste. a ensandecer.

Nós faziamos piadas...acerca das pessoas estúpidas. ficavamos na conversa até tarde, e diziamos que iamos fundar uma religião. o culto do heh-rrhi-sohn, ou lá o que era. a virgem maria a ter sexo com um buda bonacheirão, e um pássaro empertigado a ver, num peitoril de uma janela de um mosteiro, enquanto a música se arrastava.
Lembro-me do primeiro dia em que pensei que não era assim tão descabido um ser humano perder o juizo depois de passar 80% do seu dia a decorar pergaminhos sagrados sob stress intenso. Falamos sobre isso. Rimos sobre isso.

E parece que descobri areia no deserto - A religião ja existia! toda a gente tem que prestar tributo diário, ou sente-se culpado de pecar contra a entidade no imediato, e será a longo prazo condenado ao inferno de MGF, a ser assado em lume brando com uma maça na boca por um bando de papalvos de fato que vêm anunciar a banha que a cobra deu o mês passado, não- a semana passada! e que estudos recentes controlados, randomizados, duplamente cegos, mas a espreitarem por baixo das vendas, mostram cada vez que um dos decrépitos do burgo não toma um dos feijões mágicos que eles vendem, um cachorrinho derrama uma lágrima... e és tu o responsável pelas lágrimas dos cachorrinhos! Mas tu queres que os cachorrinhos parem de chorar, mas não consegues mexer-te porque estás atado a um pau, nem gritar por causa da maça que te puseram na boca! enquanto isto tudo acontece perante os teus olhos, vem uma velha muito chata com uma forquilha e pica-te o rabo repetidamente, enquanto se queixa das artroses e te berra aos ouvidos que quer um TACO por causa das diabetes!!!!
AAAAAAAAAHHhhh!! Belzabu! Vade retro! livra-te do inferno de MGF.

benze-te 3 vezes. lê três páginas. faz três perguntas.

aceita que não podes controlar tudo. rende a tua vontade própria ao juri de exame. aceita que nenhum método é perfeito. Só a entidade. os métodos são terrenos. a entidade é imaterial. ela é espírito puro.
Que nunca seja derrotado o peregrino que argumenta com as palavras textuais da entidade. Amén. Que seja fulminado por mil raios o cão impuro que começar qualquer frase com:
''Mas aqui neste outro capitulo, diz que...''

benze-te 3 vezes. lê três páginas. faz três perguntas.

ah, e acerca dos sinónimos e o tolstoi e o dostoievski, faziam o mesmo! Sacanas, abriam o word, e iam á procura dos ismos mais cismadores que davam às suas cogitações o semblante mais arguto do neorealismo cosmopolita rock progressivo-burguês. e depois diziam que eles é que se lembrado daquela porra toda... exacto... originais
a minha pequena piada aos ladrões do fogo... quero dizer, às pataniscas satânicas. :)
Agora tenho que me ir vargastar enquanto recito salmos.
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Níveis de Dificuldade


Vou assumir, para o efeito deste texto, que o leitor já jogou algum jogo de computador.

E se não jogou, em que buraco é que andou metido estes anos todos?
Vá já a correr jogar alguma coisa, que isso é uma vergonha, nem se atreva a dizer em público que nunca jogou um jogo de computador senão os outros meninos vão achar que você é um tótó.

Ora...

O leitor estará certamente familiarizado com o conceito de níveis de dificuldade.
Quando começa um jogo de computador, geralmente é-lhe dada a opção de escolher se quer jogar em "Fácil", "Normal" ou "Difícil".
Por vezes até há mais níveis de dificuldade por onde escolher.

A primeira vez que me lembro de me deparar com a situação que vos vou relatar foi com o Unreal Tournament.
O Unreal é um First Person Shooter, daqueles em que só se vê a mãozinha da nossa personagem a segurar a pistola (ou lança-rockets, como costumava ser o caso) e joga-se em arenas enquanto matamos inimigos controlados pelo computador.

Ora estava eu a jogar, e aconteceu uma coisa muito curiosa: perdi.
"Não é nada de mais" pensei eu "é a primeira vez que pego nesta coisa, isto com prática vai lá!"
Mas depois aconteceu outra coisa curiosa: voltei a perder.
E não só mais uma, mas muitas vezes!!!
O computador estava a dar-me porrada de criar bicho!

Naturalmente que isto entristeceu-me, porque eu não andava ali para perder.

O que é que fiz então?

Fui ao menu principal do jogo, e com um simples clique do rato, diminuí a dificuldade do jogo.

E maravilha das maravilhas, alegria e satisfação! Comecei a ganhar desalmadamente! Era como dar tiros a peixes num barril! Eles caíam que nem tordos!
E eu fiquei muito satisfeito comigo mesmo.

Caro leitor, você sabe que já passou por isto. Tenha sido com outro FPS, tenha sido com um jogo de estratégia, até pode ter sido com o Tetris.

O que você (eu) faz quando começa a perder demasiado para seu gosto, e vai diminuir a dificuldade é basicamente o seguinte: vira-se para o computador e diz-lhe assim "Olha, e que tal se fosses um bocadinho mais estúpido para eu te ganhar com mais facilidade?" e ele, sendo um computador, obedece.
E lá vai você poder pensar que tem uma pontaria do caraças ou que as suas estratégias militares rivalizam com as do Sun Tzu.

Não, meu amigo... não.

A única coisa que você (eu) fez foi tornar o computador ainda mais estúpido que você, para lhe poder ganhar!

É mais ou menos o equivalente a estar no parque, numa tarde de domingo, a jogar às damas com os velhinhos que lá estão e, para sua grande surpresa, levar a abada da sua vida às damas (porque você se esqueceu que são velhinhos e não têem mais nada para fazer senão jogar às damas).

Então, insatisfeito com isso, você vai buscar uma criança com Síndrome de Down, e joga às damas com ela.
E quando ganha acha-se o maior!
E se calhar ainda lhe chama uns nomes pelo meio!!!

O que acontece actualmente é que as pessoas que desenvolvem os jogos sabem que ninguém gosta de perder. Por isso cada vez menos os jogos têm um nível de dificuldade chamado "Fácil".
Ninguém quer admitir que só consegue ganhar no "Fácil".

Por isso em vez da sequência habitual, os jogos hoje em dia já costumam ter os níveis de dificuldade "Normal", "Difícil", "Impossível" e "Pesadelo"
Dessa maneira você já se pode gabar aos seus amigos de que ganhou o tal jogo no "Difícil"!
Mas desengane-se, caro leitor, na realidade o "Difícil" corresponde ao "Fácil"... E não caia na asneira de dizer que o jogou no "Normal" porque toda a gente sabe que "Normal" significa, na realidade, "Atrasado Mental".

Depois existem aqueles jogos que são mesmo difíceis, e cujo nível de dificuldade "Normal" significa, para as pessoas que criaram o jogo, "Horas-e-horas-de-tentativa-e-erro-contra-bosses-com-múltiplos-estágios-que-dão-mais-dano-do-que-sequer-era-permitido-no-jogo-até-essa-altura-e-com-personagens-que-parece-que-têm-tuberculose-e-artrite"

Por exemplo o Devil May Cry e o Demon's Souls.

Eu entretanto vou dar tiros a bots que têm a inteligência de um repolho numa cadeira de rodas, e sentir-me o maior do mundo.



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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Incompetência vs Ditadura



Eu costumo queixar-me que a maioria dos funcionários da função pública (sobretudo os políticos) é extremamente incompetente.
Também já disse muitas vezes que enquanto não se resolver o problema da corrupção, qualquer outra medida de reforma social ou legal é completamente inútil.

No entanto apercebi-me há pouco tempo que é exactamente a ganância e incompetência dos nossos governantes que nos garante que dificilmente cairemos num estado ditatorial ou totalitarista.

Uma ditadura dá muito trabalho a organizar. Custa dinheiro e tempo e recursos.

Porquê fazer uma ditadura quando é muito mais fácil simplesmente chegar ao governo, aproveitar a incompetência e desorganização gerais, e sem grande dificuldade roubar tudo o que se quiser?

Não vale a pena ser-se totalitarista! Isso só dá dores de cabeça.

Quando aparecem pessoas com mania de controlo e organização, que querem pôr ordem nisto tudo, é que surgem as ditaduras.

Portanto eu digo que venha a corrupção e a desorganização! Mais ainda!

Se já vimos que governantes honestos e liberais são impossíveis de acordo com as leis da física (assim como viajar mais depressa que a luz), então prefiro governantes gananciosos e incompetentes qualquer dia da semana, se a alternativa são governantes totalitaristas!
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sábado, 4 de setembro de 2010

Inception Cat

Isto era demasiado bom para deixar passar...

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Creation



AhA!!!

Sim, cá estou eu de volta com mais do mesmo!!! Críticas a filmes!
Não se preocupem, minhas legiões silenciosas de fãs, porque desta vez não vou falar só de cinema. Prometo partilhar convosco a demência que me assola diariamente.

Mas, por enquanto: Creation!

Eu sabia que este filme existia já há algum tempo. Lembro-me de ter pensado quando vi o trailer (como penso invariavelmente sempre que vejo algum trailer) "Tenho de ver isto quando aparecer no cinema"

Como quase sempre, o filme não apareceu no cinema e eu acabei por me esquecer dele.

Ontem estava na Fnac e fui torturar-me um bocadinho olhando para televisões LED de fazer água na boca que eu nunca poderei comprar, e um dos trailers que estavam a passar era o do Creation! Vim para casa, tirei o filme da internet (!) e sentei-me a vê-lo.

Eu estava à espera de um filme cheio de intriga política, discussões inteligentes de ciência vs religião, drama familiar causado pelo conflito de ideias e muitos discursos apaixonados sobre a beleza da evolução.

E vejam lá se o trailer não dá a entender isso mesmo:



E se o filme fosse o que parece no trailer, se fosse a intriga política e as discussões e o drama e os discursos apaixonados, teria sido bom!

Eu teria gostado do filme.

No entanto o filme não é nada disso.

Cuidado!!!

THERE BE SPOILERS AHEAD!!!


Creation é a história de um homem a quem morreu uma filha, e de como isso alterou a sua vida.

O filme começa com Darwin velho e doente, claramente afastado da sua mulher, sem ser capaz de se relacionar com os filhos, e é-nos dado a entender que isso se deve ao facto de ele estar a trabalhar na Teoria da Evolução.

Aparece um bocadinho da intriga política e do conflito de ideias entre Darwin o cientista e a sua mulher crente.

São-nos mostradas sequências em que Darwin está a explicar de uma forma muito simples os princípios da evolução aos filhos, como se revolta quando o padre da aldeia castiga a filha dele por ela dizer que existiram dinossauros.

É dado a entender, e é isso que a maioria das outras personagens assume, que os problemas de saúde de Darwin se devem ao seu conflito interno e à exerção pelo trabalho.

Mas de uma forma muito calma, muito sub-reptícia, o filme vai-nos mostrando como a personagem do Darwin amava os seus filhos, como amava a sua mulher, como a sua paixão pela natureza o ligava a eles, como eles eram uma família.

Lentamente, a intriga política passa para segundo plano (e eventualmente desaparece de todo) e cada vez mais entramos na cabeça de Darwin que é perseguido pelo fantasma da morte da filha.

De uma forma incrivelmente dolorosa, o filme mostra como este homem está lentamente a ser comido por dentro pela culpa que sente, pela ideia de que poderá ter sido responsável pela morte da filha.

Assistimos ao processo que o leva a recompôr-se, a aceitar a morte da filha, até ao confronto com a mulher.

Este filme não é sobre religião, ou sobre evolução, ou sobre intriga política ou qualquer tema mundano desses.
Essas coisas estão lá, mas a história não é sobre isso. É a história de um homem a quem morreu a filha, e de como ele lida com isso, de como ele tem de lidar com isso para se salvar a si, à sua mulher e à sua família.

É uma história extremamente poderosa, muito muito bem contada e profundamente credível.

Que é, obviamente, a razão pela qual eles tiveram de a vender como se fosse sobre intriga política, ciência vs religião, drama familiar e discursos apaixonados.


Como notas finais, o filme foi realizado por Jon Amiel, que se redime com este filme de uma carreira bastante vergonhosa como realizador de cinema.
Darwin é interpretado por Paul Bettany, um dos actores mais subvalorizados da sua geração, que por acaso já tinha interpretado uma personagem muito Darwinesca no filme Master and Commander: The Far Side of the World.
A mulher de Darwin é interpretada de uma forma soberba pela Jennifer Connely, que constrói uma personagem de uma forma tão brilhante que só nos apercebemos que é brilhante mesmo no fim do filme.
A fotografia do filme é linda, parecendo que tudo saiu de uma fotografia antiga (não é por acaso que isto estava a passar numa televisão LED para fazer boa figura).

E não posso deixar de fazer notar a deliciosa escolha do título Creation para um filme acerca de evolucionismo.

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domingo, 29 de agosto de 2010

Um Blog Novo!!!!

E porquê um blog novo?

Porque eu nunca tive um blog só meu!

E aparentemente ainda não é desta, porque este é partilhado com mais duas pessoas!

Pessoas essas que eu espero que se dignem a aparecer por aqui em pouco tempo para começarem a postar coisas, para não ser sempre eu sozinho a escrever aqui!

E porquê escrever de todo?

A maioria dos outros bloguistas provavelmente dirá que tem algo de válido a dizer, algo de útil a contribuir, algo de interessante a partilhar com o mundo.

Eu estou aqui pelos lulz!

Portanto despedi-me oficialmente do outro blog e agora vou passar a escrever aqui permanentemente!

Que a insanidade comece!!!
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